Resenha dupla: Jogos Vorazes e Em Chamas, por Suzanne Collins

2012 é o ano de Jogos Vorazes, ninguém pode negar isso, a não ser que você tenha miolos na cabeça. O alvoroço entorno do livro é algo gigante. Em todos os lugares, seja pessoalmente, seja em uma rede social, se fala nele. Todo mundo falando o quanto esse livro é surpreendente, maravilhoso e mais uma grande porção de adjetivos sendo utilizados para descrevê-lo. Não perdi tempo, lógico, e li ambos os livros dessa resenha o mais rápido que pude.

Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

Nota: 4,5/5,0

Contém spoilers:

Para começo de conversar, tudo, ou quase tudo, que você ouvir sobre os livros da série não passa da mais pura verdade. Qualquer um, com certeza, irá começar a ler com as expectativas altas, podendo ser um grande problema, pois, na maioria das vezes, ocorre uma grande decepção ao término da leitura, mas isso não ocorre nem com o primeiro e menos ainda com o segundo livro, o qual é meu favorito da saga no momento.

O ponto alto do livro está no fato de não ser algo envolvendo o sobrenatural - vampiros, lobos, bruxos... -, algo cada vez mais comum na literatura, ele é algo na qual podemos chamar de distopia, o que eu acredito estar substituindo os vampiros na literatura, isto é, assim como Crepúsculo abriu a porta para as sagas vampirescas, Jogos Vorazes está abrindo-as para as distopias. Soube que há vários livros desse gênero, se puder chamar assim, mas nunca tinha ouvido falar deles e nunca vi um fazer tamanho sucesso.

A trama do livro - não vou entrar muito em detalhes - é excelente, te prende do começo ao fim, principalmente em Em Chamas, o qual já começa a mil quilômetros por hora, o que quero dizer é, com momentos de tirar o fôlego, por exemplo, temos a visita do Presidente Snow à nova casa de Katniss, na Aldeia dos Vitoriosos, e o levante no Distrito 11, o qual é causado por uma cena muito emocionante.

Vale destacar também a própria Catnip, ela é uma personagem feminina forte, bem diferente de muitos livros publicados recentemente - vide a outra saga citada anteriormente -, e bastante independente, pois é ela própria a responsável por sustentar a sua família, trazendo alimentos e, por mais que seja pouquíssimo, dinheiro, algo realmente difícil de conseguir em seu Distrito, já que sua mãe não tem condições de fazê-lo.

Confesso que não gostei muito da forma como Collins escreve, principalmente no primeiro livro. Em vez de apresentar os diálogos de forma direta, ela (Katniss, o livro é em 1ª pessoa) quando conversava com alguém sempre descrevia de forma indireta as falas, isso é de dar nos nervos, principalmente para quem gosta de conversação, como eu. Mas, felizmente, ela corrigiu esse erro em Em Chamas, nota-se logo no início da narrativa uma maior quantidade de "travessões".

"Katiniss, a garota em chamas, deixou para trás suas chamas bruxuleantes, os mantos cheios de joia e as suaves túnicas à luz de vela. Ela agora está tão mortífera quanto o próprio fogo."

Gostei bastante da ideia do Massacre Quaternário - nome dado a uma certa edição dos Jogos que ocorre a cada 25 anos - do segundo livro, é mais um dos momentos de tirar o fôlego do qual falei anteriormente. Incrível, incrível, incrível. Mesmo assim, chega um certo momento que, por mais estimulante que seja, fica monótono lá dentro da arena, deve ser porque já tinha visto isso no livro anterior, esperava mais revolta, esperava mais Katniss, Gale, Peeta, o Distrito 12, todo mundo, lutando contra a Capital fora da arena e não os vitoriosos presos lá dentro.

O romance está na medida certa, para mim, nem muito de mais, nem muito de menos. Não gostei muito de como ficou o casal Catnip e Peeta quando se encontrou na 74º edição, ficou algo muito meloso e forçado, mesmo sabendo ser apenas fingimento, mas era beijo pra lá, beijo pra cá. Devo admitir, mesmo não ligando para isso, sou #TeamPeeta; o sentimento entre ela e Gale é apenas de amizade, de melhores amigos, já com Peeta é diferente.

Muita gente não gosta de seguir modinha, já fica taxando por esse ou aquele motivo, os quais, na maior parte das vezes, não tem nenhum sentido. Se você não é desse tipo, tudo bem, mas se você for, faça um esforço, Jogos Vorazes é aquele livro que, com certeza, não irá te decepcionar, ao termino da leitura verá o quanto o seu dinheiro foi bem gasto, os preços são um pouco salgados, vale salientar. Talvez não goste muito do primeiro livro, mas o segundo é melhor, muito, muito melhor. The Hunger Games está, com certeza, entre minhas séries preferidas e tenho certeza que estará entre as suas também!

E lembrem-se: "Que a sorte esteja sempre ao seu favor!"