Crítica: American Pie - O Reencontro

Há 10 anos atrás, você assistia aos filmes de American Pie escondido, ou assistia quando seus pais não estavam em casa ou esperava eles irem dormir para poder assistir na Tela Quente, com medo deles te pegarem assistindo a algo praticamente pornô ou algo do tipo. Hoje, você assiste sem ter esse medo e sem a mínima vergonha, o que acredito ser um sinal de amadurecimento, certo? E assim como você, os personagens do longa também amadureceram, menos Stifler, claro.

Nota: 3/5

Contém spoilers:

O filme já começa mostrando o que devemos esperar durante as quase duas horas de duração, com uma das cenas mais engraçadas, no caso, tanto de Jim como a própria Michelle tendo seus respectivos momentos de prazer, separadamente, vale salientar, sendo interrompidos. O mais legal disso é que esse momento é uma referência a primeira cena do primeiro American Pie, a qual Jim é interrompido pela sua mãe, enquanto agora essa interrupção ocorre por causa do seu filho.


Falar de filho nos leva a falar sobre os acontecimentos na vida dos personagens desde o último filme, algo esclarecido logo no início. Enquanto Jim e Michelle enfrentam um problema em seu casamento, Oz tem sorte no jogo, ele se tornou um grande apresentador em um telejornal, mas não no amor; Stifler trabalha como secretário em uma empresa; Kevin se tornou "dona de casa" e, por último, temos Finch, o qual não teve um "final feliz", levando-o a mentir para seus grandes colegas.

A história do filme não apresenta nada de novo. Os ex-colegas organizam o reencontro, mas não querem Stifler envolvido nisso, pois, como eu, você e todo mundo já sabe, ele irá acabar estragando a festa. Teve a sensação de já ter visto isso em algum lugar? Pois bem, foi em um dos três primeiros longas da série, não lembro bem, mas acredito que tenha sido no terceiro (American Pie: O Casamento).

Ou seja, a formula do novo American Pie não é nada nova e já foi utilizada até mesmo nas outras obras da franquia, se encontrando ai o primeiro problema. O que acontece após isso é bem previsível; algum momento, após os outros quatro amigos darem um sermão nele, Stifler vai cair na real e irá ficar chateado.

Infelizmente, não é só com Stifodão que a história se repete, o drama principal fica entre Jim e Michelle, como era de se esperar, alguns acontecimentos durante a estadia na velha cidade do casal irá trazer alguns problemas, ou seja, o rapaz fará uma besteira e depois tentará reconquistar a moça. Nada novo, de novo.

Sobre a atuação, não há ninguém que mereça destaque, não queria dizer isso, mas é a verdade, até porque o próprio filme não deixa isso acontecer.

Bem, mas eu sei e você também sabe, só vamos assistir aos filmes da série apenas para rir, o dramalhão e as atuações ficam em segundo plano. Não há um momento se quer que não tire um sorriso do seu rosto, as brincadeiras imaturas de Stifler é motivo de muitas, mas muitas mesmo, gargalhadas.

Mais um ponto positivo está na história entre o Senhor Levenstein e a Senhora Stifler, algo, felizmente, novo para a série. Nunca imaginei os dois juntos, sempre pensei na mãezona de Stifler com Finch e de ninguém mais, assim como qualquer outra pessoa, acredito. Além da "vingança" de Stifler, desta vez é ele quem fica com uma das mães e já da para supor a de quem é, né? A de Finch, algo esperado por muitos há muito tempo.

Em relação ao reencontro, não espere muitas coisas. Há pessoas que aparecem apenas para dar um simples "Olá!", algo ruim, pois algumas delas já foram importantes nos longas anteriores e deveriam receber mais atenção no atual.

Bom, como vocês puderam notar, há bastante "Stifler" durante a crítica, ou seja, o filme é, mais uma vez, dele. A maioria das partes engraçadas vem dele, como a cena no lago, onde ele faz o número dois num deposito de bebidas, como pode ser visto no trailer. American Pie: Reencontro poderia ser apenas mais um longa qualquer, descartável, mas a sensação de nostalgia não deixa isso acontecer, ainda bem! E mesmo com seus defeitos, o filme vale, e como vale, ser visto!