Nota: 3/5
À principio, não estava gostando nem um pouco do livro. Gosto de capítulos curtos, pois não deixa o livro cansativo, mas no livro de Stead os capítulos são curtos até de mais, deixando alguns sem conteúdo; para piorar, na maioria das vezes, eles não têm nenhum relação, ou seja, o que Miranda falava em um determinado capítulo - o livro é narrado em 1ª pessoa - não tinha nenhum relação com o seu sucessor.
Outro problema está em relação ao tempo, o grande determinador de toda a história. Em alguns momentos, Miranda fala de algo que ainda irá ocorrer e volta para o momento atual da narrativa, por exemplo, há um momento no qual a protagonista fala sobre não está trabalhando na lanchonete de Jimmy desde dezembro, mas no parágrafo seguinte ela volta para o presente, o que pode deixar, portanto, a narrativa confusa.

Gostei bastante da relação entre a história de Miranda com seu livro favorito, o qual retrata uma menina chamada Meg, que está procurando pelo seu pai e para isso ela deve viajar pelo espaço e pelo tempo. E isso proporciona conversas inteligentes entre a própria Miranda e um rapaz chamado Marcus, provando que, mesmo sendo narrado por uma menina de 12 anos, o livro apresenta um caráter maduro.
Outro ponto positivo está nos títulos dos capítulos, os quais fazem referencia ao reality que a mãe da protagonista almeja tanto participar, o Pirâmide de Vinte Mil Dólares. Nesse programa, o candidato deve adivinhar a palavra na qual uma celebridade convidada recebeu e vice-versa; no caso de Miranda, para explicar o jogo no livro ela usa como exemplo "coisas que declamamos" e "coisa que apertamos".
"O tempo é como um anel todo cravejado de brilhantes – sem começo nem fim; cada pedra, um momento.”Por fim, o grande mistério do livro - quem está mandando os bilhetes - é realmente surpreendente, foi totalmente diferente do que imaginei. E o melhor, ao chegarmos ao final é quando percebemos as dicas dadas desde o início do livro e de como tudo estava ligado. Ou seja, o nome do livro traduz exatamente o sentimento do leitor ao termino da leitura, incrível.
Com uma capa de fazer o leitor babar de tão bonita, Amanhã Você Vai Entender é um livro bom, mas não é aquele que faz você ficar grudado até o fim, é aquele que você vai lendo aos poucos, sem se importar em terminar - pelo menos até metade do livro, como aconteceu comigo. Não irei indicá-lo para todo mundo, mas se estiver atras de uma leitura descompromissada, aí, sim, eu irei.